JOSÉ JOAQUIM PINTO DE AZEVEDO = blogdejjpazevedo.com
A Região Nordestina festejou a subida de três dos seus clubes da Série C, para a B: Sampaio Corrêa, Fortaleza e CSA, sendo que este último foi o campeão. Por outro lado, a região está correndo o risco de sofrer um grande vexame com a queda de quatro clubes que estão disputando a Série B Nacional.
Hoje, pelo menos três clubes estão quase garantidos: ABC, Náutico e Santa Cruz, que poderão receber a companhia amiga do CRB, que está a dois pontos do Luverdense, primeiro clube da zona de degola. Está no limite do precipício.
Nunca na história da competição quatro clubes de uma mesma região foram rebaixados. Em 2009 tivemos três times nordestinos degolados: Fortaleza, Campinense e ABC. Na temporada de 2012 foi a vez do Sudeste, com o Guarani, Ipatinga e Barueri, que foi repetida em 2015 com Macaé, Boa Esporte e Mogi Mirim.
Ao analisarmos a próxima rodada (33ª) verificamos que a situação para a Região Nordeste é crítica com a realização de confrontos diretos: Santa Cruz x Náutico; ABC x Luverdense, e para complicar, o CRB enfrenta o Internacional no Beira Rio. Uma vitória do time do Mato Grosso e uma derrota do alvirrubro alagoano levará o time de Maceió a compor o quarteto dos degolados.
Pobre Nordeste.
CLAUDEMIR GOMES
Há muito tempo não assistimos a uma boa apresentação de um time pernambucano no Campeonato Brasileiro (Séries A e B). Tal fato, por si só, explica as fracas campanhas descritas por Sport, Náutico e Santa Cruz nas divisões em que estão inseridos. Se deter aos números das campanhas é restringir a discussão ao factual, que por certo não nos levará ao entendimento real dessa derrocada do futebol estadual. O exagerado número de técnicos contratados e dispensados; a injustificável quantidade de jogadores recrutados (a maioria sem qualidade técnica para agregar valor ao elenco), são apenas dois fatores que refletem diretamente no produto apresentado dentro das quatro linhas.
Ontem, quando deixávamos a Ilha do Retiro, após comentar mais um tropeço do Sport para a Rádio Clube 720 AM, desta feita derrota para o Coritiba por 4x3, avistamos o repórter fotográfico, Genival Paparazzo, que nos repassou a notícia de que o ex=técnico leonino, Vanderlei Luxemburgo, estaria num edifício próximo ao estádio. Chegou a florear a falsa notícia. A verdade é que Luxemburgo estava na praia de Barra de São Miguel. Paparazzo é um profissional que se notabiliza pelas mentiras que conta, e não pelo trabalho que executa. Sua "perua" não vingou.
Mesmo a distância Luxemburgo tomou conhecimento dos fatos que corroboram com o seu pensamento, e fortalecem a tese de que o problema do Sport não são os treinadores, e sim, a qualidade do grupo. Ontem, o treinador era outro, Daniel Paulista, que mudou a proposta de jogo; o posicionamento tático; tornou a equipe mais leve e solta, entretanto, não foi capaz de corrigir defeitos crônicos, que se tornaram marcas registradas durante toda a campanha: jogo aéreo e bola parada representam perigo de gol para o Leão. Há oito partidas como mandante na Série A, que o Sport não consegue contabilizar uma vitoria. Os Leões somaram apenas uma vitória no returno. Os dados revelam a dificuldade do time pernambucano de exorcizar o fantasma do rebaixamento.
Daniel Paulista, que assumiu o comando técnico do clube com a certeza de que está capacitado para operar o milagre da salvação, reivindica apenas um pouco de tempo para treinamento. Tempo que não lhe será facultado até domingo, quando o Sport medirá força com a Chapecoense, na Arena Condá. Os rubro=negros segue nesta segunda=feira para a Colômbia onde, na quinta enfrentam o Júnior, em Barranquilla, no jogo de volta pelas quartas de final da Copa Sul=Americana. Enfim, a semana será tomada por jogo e viagens, restando pouco tempo para treinos e ajustes.
Somar 10 dos 21 pontos a serem disputados não se trata de um desafio dos maiores, mas a campanha não credita o Sport a tal façanha. Bom! Agora é aguardar as soluções do otimista Daniel Paulista.
CLAUDEMIR GOMES
O Sport tomou um "chocolate" do Júnior Barranquilla, ontem a noite, na Ilha do Retiro, foi derrotado por 2x0 no primeiro confronto entre os dois clubes válido pelas quartas de final da Copa Sul=Americana, e demitiu o técnico Vanderlei Luxemburgo. Os fatos abriram espaço para uma série de questionamentos que foram levantados em decorrência das atuações dos dois times; das colocações feitas pelo ex=treinador e pelo vice=presidente de futebol, Gustavo Dubeux, e por uma série de fatores que têm contribuído para o baixo rendimento do clube nas competições em disputa.
"Há alguns meses eu disse ao Gustavo Dubeux que lá na frente ele iria me demitir". A frase foi do Luxemburgo na sua despedida na sala de imprensa. É de se perguntar: Que ambiente é este onde o treinador antever sua queda? A dedução lógica é de que ele solicitou reforços, não foi atendido, e com um elenco de grandes limitações o insucesso era previsível.
Vanderlei Luxemburgo comandou o Sport em 34 jogo e contabilizou 11 vitórias; 8 empates e 15 derrotas. Seu aproveitamento foi de 40%. Os números, segundo Gustavo Dubeux são imperativos e "precisava se tomar uma decisão". A dispensa do treinador, que chegou a dividir opiniões, foi a alternativa encontrada pela diretoria que basicamente jogou a toalha em relação a Copa Sul=Americana ao revelar que a "prioridade do momento é o Campeonato Brasileiro", onde o Sport luta para se livrar do rebaixamento. Ao ressaltar a boa exibição do Júnior Barranquilla, Gustavo Dubeux deixou a entender que não acredita numa reação Do Sport no jogo de volta, na próxima semana, na Colômbia.
Deixei o estádio em companhia do comentarista da Rede Globo, Ricardo Rocha, que foi taxativo na sua observação: "O Júnior deu um chocolate no Sport. Temos de reconhecer que nossos treinadores estão defasados. O que vimos aqui na Ilha do Retiro foi uma aula de futebol. O time colombiano foi perfeito em campo. Em nenhum momento o Sport se encontrou, e o Vanderlei não conseguiu fazer as correções necessárias".
Vanderlei Luxemburgo, e os três profissionais trazidos por ele para reforçar a comissão técnica, se mostraram surpresos com a demissão. Apesar das evidências de que o treinador não estava conseguindo extrair mais nada do grupo de jogadores, a convicção de Luxemburgo era de que o seu futuro em 2018 seria seguir trabalhando na Ilha do Retiro, razão pela qual se surpreendeu com a atitude de Dubeux ao lhe demitir.
A oito rodadas do final do Campeonato Brasileiro, a impressão é de que o Sport deu uma guinada de 360 graus e retornou ao ponto de origem, uma vez que, Daniel Paulista, que assume o comando do time no lugar de Luxemburgo, era o treinador no início da temporada. Daniel assumiu o time em situação semelhante no final da temporada passada, quando desenvolveu um trabalho que lhe creditou para ser efetivado no cargo.
ERICH BETING = Máquina do Esporte
Aos poucos parece que o esporte no Brasil acordou para a revolução digital que sacudiu o mercado de TV na última década. A notícia de que o Inter vai ter uma plataforma própria de streaming é mais um sintoma disso.
O esporte é um gerador infinito de conteúdo. Com uma legião de fãs, ele permite que as pessoas tenham diversas formas de se conectar com clube, modalidade ou atleta. Com o alcance da TV na palma da mão do celular, ficou ainda mais fácil para o fã acompanhar aquilo que ele é apaixonado.
Nos Estados Unidos, a febre são os jogos ao vivo das ligas, que são as donas de canais próprios de televisão, num modelo baseado quando ainda havia apenas a TV a cabo como grande diferencial neste mercado.
A geração moldada pelo Netflix que chega agora, porém, traz uma nova realidade para o esporte. Um custo de produção mais baixo e um alcance bem mais pulverizado desse conteúdo.
O carro-chefe do mercado continuará a ser o jogo ao vivo, em TV grande, com a atenção voltada para aquilo. Mas o streaming é a realidade para a proliferação do conteúdo que não é o de alcance de massa para o torcedor.
Os clubes deverão lançar em breve mais e mais canais próprios para a transmissão dos eventos periféricos. E os esportes que não conseguem muito espaço na TV paga precisam se coçar para ter os meios próprios de divulgação do seu conteúdo para não perder a chance de falar com o consumidor.
A revolução digital começa a chegar no esporte brasileiro. E, mais uma vez, está na mão do esporte a chance de equilibrar a balança na sua relação com a mídia. Resta saber se eles estarão preparados para depender menos da televisão para falar com o torcedor.
JOSÉ JOAQUIM PINTO DE AZEVEDO
A situação do Náutico no
futebol é complicada, e fora de campo é pior ainda, quando em dois anos o clube
terá quatro presidentes, que na verdade baterá mais um recorde. Só no ano de
2017 foram três mudanças, que assumiram uma cadeira a cada dia mais quente.
No final de dezembro, Marcos Freitas renunciou, dando o seu lugar para Ivan Brondi, vice=presidente, que também renunciou entregando a cadeira ao então presidente do Conselho, Gustavo Ventura, que por motivos particulares deixou o cargo, entregando=o a Ivan Pinto da Rocha, vice=presidente do Conselho, que terá o bem difícil encargo de levar o barco até o fim do ano.
Na presente temporada o clube bateu um recorde com a contratação de três times (38 jogadores) e cinco treinadores. São detalhes como esses que mostram a razão da atual situação do Náutico em seu futebol, desde que sequer os mandatários conseguem chegar ao final dos seus mandatos.