JOSÉ JOAQUIM PINTO DE AZEVEDO - blogdejj.esporteblog.com.br
Como
gostaríamos de ver o futebol brasileiro moralizado, em um bom caminho e que
pudesse oferecer um produto sério e de boa qualidade.
Para isso, torna-se necessário um comando digno e sobretudo decente em seus atos, para que possa assim adquirir a credibilidade juntos aos consumidores.
Infelizmente, não somente na área esportiva, como nos demais segmentos da sociedade, existe uma covardia quando se acomoda com os malfeitos, e não se organiza em uma reação contra aqueles que estão usufruindo do poder de forma equivocada e muitas vezes indecentes.
A Confederação Brasileira de Futebol é o maior retrato do descaminho que tomou conta do esporte nacional. Foi preparado um golpe de estado, articulado pelo fugiivo Ricardo Teixeira, para que São Paulo assumisse de vez os destinos do nosso futebol. A subida ao trono por Marin foi a grande final de um ato teatral programado pelos que desejavam o poder há muito tempo.
Marin começou o caminho traçado, que era o da paulistanização da entidade, e vem conseguindo aos poucos transformá-la em uma sucursal da Federação Paulista.
Ontem, o golpe de estado foi consumado com a eleição de Marco Polo Del Nero, o Sancho Pança de Marin, para a Vice-Presidência da entidade, como representante do Sudeste do país.
Com 71 anos, ele será o substituto automático da presidência, quando de sua ausência. Um estupro consumado ao futebol do Brasil, e que recebeu o apoio do colégio eleitoral, que se tornou tão culpado como os mentores dessa trama tão bem urdida.
O mais interessante é que essa eleição foi marcada para uma sexta-feira, dando aos seus eleitores um final de semana às custas da entidade e do dinheiro do futebol.
Os presidentes das Federações irão receber o troco pelo apoio dado, quando terão um convidativo passeio, aproveitando-se do que o Rio de Janeiro oferece. Tinham todo o tempo necessário para a realização de uma Assembleia, mas escolheram uma sexta-feira para sua realização, objetivando as benesses que poderiam ser oferecidas.
A covardia se estende quando todos enfiam a cabeça na terra, como avestruzes humanos e se calam diante dos salários pagos ao presidente e seus assessores, e agora mais um descoberto pelo jornal Folha de São Paulo, ao ex-presidente Ricardo Teixeira, que assumiu o cargo de assessor.
Não pode haver uma indecência maior do que o pagamento de R$ 120 mil a um aspone, que nada tem a ver com a entidade, já que teve que fugir do país para não ser preso, e até hoje não teve a coragem de visitá-lo como turista, e recebe como prêmio um salário com tão alto valor.
Até quando todos se calarão diante de tantas mazelas? A imprensa pouco repercute, os torcedores fazem parte do antigo conceito nacional do rouba mas faz, e também se calam contra tais atitudes e, assim, o futebol brasileiro, que tinha tudo para se tornar um dos grandes do mundo, caminha para o cadafalço por conta das indecências praticadas.
Precisamos, sem dúvida, acordar e reagir contra os desmandos.