CLAUDEMIR GOMES
Valeu pelo resultado! A magra vitória do Náutico sobre a Luverdense - 1x0 - com um gol contra marcado pelo zagueiro Wallace, teve um sabor de alívio para o torcedor alvirrubro. Afinal, o time vinha de uma sequência de quatro jogos sem vitória, encontrava-se na oitava posição, na tabela de classificação, e corria o risco de se distanciar, ainda mais, do grupo de acesso. Com os três pontos contabilizados, não só estancou a "queda" como também ficou a um ponto do G4. O sobe e desce a importância de se fazer uma boa "gordura", quando tiver oportunidade, como também o equilíbrio da disputa, onde o décimo-primeiro colocado, o Brasil de Pelotas, está a três pontos do quarto colocado, o CRB.
Mais que as edições anteriores da Série B, a atual vem sendo marcada por uma pobreza técnica impressionante. Não existe uma grande equipe se destacando. Até o líder Vasco tem três derrotas. É possível observar clube na zona de acesso com uma das defesas mais vazadas do campeonato. A regularidade fará a diferença nesta disputa de ponto a ponto. Qualquer prognóstico que vir a ser feito antes da vigésima rodada é pura especulação, fruto do achismo e da vontade de adivinhar.
Foi impressionante o número de chances desperdiçadas pelos comandados do técnico Alexandre Gallo. Aliás, este é um detalhe que leva a torcida alvirrubra a ter bons sentimentos em relação a chegada do time à Série A. O Náutico não apenas tem um dos melhores ataques, mas também se destaca pela criatividade. Se o time fosse tão eficiente na finalização quanto é efetivo na criação, fatalmente estaria brigando pela primeira da tabela.
Bom! O próximo adversário, sábado, será o Atlético/GO, que vem descrevendo uma campanha elogiosa, sendo um dos creditados ao acesso. Vencer um adversário de peso, na condição de visitante, é marcar o retorno ao G4. E viva o equilíbrio entre as forças, que valoriza sobremaneira o futebol de resultados, faz a torcida ir ao delírio com uma vitória produzida por um gol contra. Coisas do futebol.
CLAUDEMIR GOMES
Numa competição de longa duração, como o Campeonato Brasileiro, as mudanças de cenários são constantes, razão pela qual, o desafio de todo o treinador envolvido na disputa é buscar a regularidade. As oscilações são inevitáveis para a maioria dos clubes, principalmente para os que não possuem bons elencos, não têm peças de reposição a altura.. A décima primeira rodada da Série A foi marcada pela saída do Sport da zona de rebaixamento, e pela entrada do Santa Cruz no desconfortável grupo de queda. É como se um tivesse passado o bastão para o outro. Motivo mais que suficiente para as redes sociais serem tomadas por gozações. É a gréa que embala as arquibancadas.
Os analistas dividem o campeonato em ciclos que são compostos de cinco rodadas. Portanto, estamos no terceiro ciclo. A mudança de cenário foi notória para Santa Cruz e Sport. Nas cinco primeiras rodadas os tricolores contabilizaram duas vitórias, dois empates e apenas uma derrota, justamente no clássico com o seu arquirrival Sport (1x0). Os campeões pernambucanos marcaram 11 gols e sofreram 6, ficando com um saldo positivo de 5 gols. Por outro lado, os rubro-negros sofreram três derrotas, empataram um jogo e venceram o clássico que disputaram com os tricolores. O time da Ilha do Retiro marcou 2 gols e sofreu 5, ficando com um saldo de 3 gols negativos.
O clássico doméstico funcionou como um divisor de águas na campanha do Santa Cruz, que não superou o fato novo na sua campanha que foi a derrota para o Sport. A mudança de cenário foi drástica. Da sexta a décima rodada os tricolores acumularam quatro derrotas e venceram apenas um jogo. O ataque funcionou apenas duas vezes em cinco jogos, enquanto a defesa foi vazada sete vezes. A sequência de resultados negativos levou o time a despencar do grupo de acesso para o grupo de rebaixamento. O terceiro ciclo começa com nova derrota da equipe comandada por Milton Mendes.
O segundo ciclo marcou o início da reação do Sport que marcou 8 gols em cinco jogos, contra 10 sofridos pela defesa. O início do terceiro ciclo foi marcado por uma goleada - 5x1 - dos rubro-negros sobre a Chapecoense, resultado que lhe tirou da zona de queda e diminuiu para um gol o saldo negativo. A queda do Santa Cruz, e o crescimento do Sport são exemplos de oscilações que proporcionam mudanças de cenários.
O Sport evoluiu no coletivo em virtude do crescimento tático. A medida que o conjunto passou a apresentar uma maior identificação com o plano de jogo definido pelo técnico Oswaldo de Oliveira, várias peças cresceram individualmente, fato que leva o treinador a ter um pensamento positivo em relação ao desempenho do time nos próximos ciclos. A chegada de novos jogadores aumenta o leque de alternativas a medida que se fizer necessária a reposição de peças no time titular.
Com um time de grandes limitações técnicas, o Santa Cruz, que não fez grandes investimentos para qualificar o grupo, joga sempre no limite, fato que deixa seus torcedores apreensivos a partir do momento que não escuta previsões otimistas do técnico. O desafio de Milton Mendes é estancar a queda, levar o grupo a reconquistar a autoestima, e dessa forma promover uma nova mudança de cenário. Caso contrario, o Santa será derrubado por uma regularidade negativa, que o transformará em saco de pancadas.
CLAUDEMIR GOMES
"Nada substitui o talento". A frase do jornalista, Paulo Jardel, nunca esteve tão atual para o torcedor do Sport, que viu o time rubro-negro vencer o Fluminense, neste domingo, na Ilha do Retiro, por obra do talento do meia Diego Souza. O gol da vitória foi marcado aos 45 do segundo tempo, na última volta do relógio, como diriam os narradores antigamente, fato que emoldurou a obra prima que tinha no seu contexto a insistência, a persistência, a técnica apurada e o bom condicionamento do jogador que arrancou do seu campo de jogo, colocou o pé numa dividida e superou a tudo, e a todos, se pôs no caminho do gol. Foi uma vitória com uma pincelada do quase extinto futebol arte.
Empolgado com o que viu e narrou para milhares de ouvintes, o narrador da Rádio Globo, Bartolomeu Fernando, foi curto e grosso na sua indagação: "O resultado foi justo?". Sim. Foi produto do time mais objetivo. O Fluminense até que teve mais posse de bola, e maior volume de jogo na primeira fase, contudo, seu ataque foi de uma ineficiência doentia. Além disso, a vitória pode ser creditada a um jogador que não desistiu dela. Diego Souza esteve frente a frente com Diego Cavalieri, mas o goleiro do Flu cresceu na sua frente. Depois foi primoroso numa cabeçada, mas a bola, caprichosamente esbarrou na trave e se perdeu pela linha de fundo. Equivocadamente, já tinha gente dizendo que ele havia deixado o futebol em casa. Mas o craque não desistiu da vitória, e com o talento que Deus lhe deu, fez a diferença.
Quanto ao restante do time, podemos dizer que a evolução tática acontece de forma lenta em decorrência da pobreza técnica do grupo. "É a nossa realidade", como bem define o rubro-negro, Humberto Araújo.
CLAUDEMIR GOMES
A décima rodada do Brasileiro da Série B foi bastante atípica. Quebrou "regras" e paradigmas. Nos dez jogos disputados tivemos cinco vitórias de clubes visitantes; quatro empates e uma vitória de mandante. Os visitantes marcaram 16 gols contra 11 dos donos da casa. Detalhe: dos quatro clubes que se encontravam no G4, três amargaram derrotas, apenas o Náutico empatou. Todos jogaram respaldados por suas torcidas. A rodada das surpresas colocou o CRB no grupo de acesso. Evidente que ainda faltam muitos jogos, mas o momento nos apresenta quatro clubes do Nordeste na briga direta por uma vaga na Série A em 2017.
Nesta terça=feira o Náutico vai ao Rio Grande do Sul medir força com o Brasil, que está a dois pontos do time alvirrubro, e ocupa a décima posição na tabela de classificação. No caso de uma vitória os gaúchos passam a equipe dos Aflitos na soma dos pontos. Por conseguinte, os comandados de Alexandre Gallo saem do G4. A derrota para o Vasco e o empate com o Bragantino, logo em seguida, revela uma osciliação. O Náutico vinha de uma sequência de cinco partidas sem perder. Aconteceu o fato novo no Rio, embora o time pernambucano tenha feito uma boa partida em São Januário. O injustificável foi o empate de sábado, no Arruda.
Atribuir o tropeço ao estado do gramado é querer tapar o sol com uma peneira. A oscilação é mais que natural num time em montagem. O trabalho nos Aflitos tem sido positivo, mas ainda falta muito para a equipe alvirrubra atingir o estágio desejado pelo treinador, e cobrado pela torcida. E que os fluídos da décima rodada recaiam sobre o Náutico, que vai jogar como visitante.