Brasileiro Série A
A rodada do empacotamento
postado em 30 de outubro de 2016
CLAUDEMIR GOMES
O Sport foi o clube que mais
lucrou com os resultados da 33ª rodada do Brasileiro da Série A, que será
complementada nesta segunda=feira com o jogo entre América/MG e São Paulo. Caso
contabilize os três pontos em disputa, o Tricolor Paulista passará a ter um
ganho maior, visto que, alcançará o ponto de corte exorcizando de vez o
fantasma do rebaixamento. A rodada se caracteriza como atípica pelo fato de que,
nas nove partidas realizadas, até o momento, aconteceram seis empates, e as
três vitórias foram todas pelo magro placar de 1x0. Um empacotamento que levou
o Leão pernambucano a subir duas casas na tabela de classificação e se
distanciar 4 pontos do Vitória, clube que abre a zona de rebaixamento.
A cinco rodadas do final,
todos os jogos do campeonato passaram a ter uma conotação de decisão, pois os
clubes perseguem metas na parte de cima, no meio e na parte de baixo da tabela.
Com tantas possibilidades abertas o nível de competitividade aumentou, fato que
tornou as partidas mais atrativas, embora a pobreza técnica seja notória.
Dentro desta realidade alguns confrontos se notabilizaram pela intensidade como
os jogadores se entregaram ao jogo. Superação passou a ser uma palavra de
ordem.
A esta altura do campeonato
existe uma análise técnica e teórica e uma outra que se baseia nos fundamentos
práticos, ou seja, a partir dos resultados dos jogos realizados se faz uma
projeção da capacidade de reação de determinada equipe. Teoricamente o
Figueirense ainda tem chance de escapar do rebaixamento, contudo, na prática
sabemos que é impossível o time de Santa Catarina contabilizar os 15 pontos que
irá disputar até o final da competição. Portanto, América/MG, Santa Cruz e
Figueirense já embarcaram numa viagem sem volta à Segunda Divisão em 2017. O
Vitória, que foi duramente castigado por um erro do árbitro Nielson Nogueira,
no empate de 2x2 com o Fluminense, passou a ver um horizonte cinza, ficando em desvantagem
na briga direta contra o rebaixamento com Coritiba e Internacional.
No próximo domingo, no
Arruda, Santa Cruz e América/MG decidem a sorte para ver quem encerra a competição
com a lanterna na mão. Caso o Vitória venha a ser rebaixado junto com Santa
Cruz, América/MG e Figueirense, teremos a queda de três clubes que ascenderam
ano passado, permanecendo apenas uma temporada no grupo de elite do Brasileiro.
Tal fragilidade pode ser atribuída a vários fatores, principalmente a injusta
divisão de renda.
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Brasileiro Série A
Uma ode a mediocridade
postado em 30 de outubro de 2016
JOSÉ JOAQUIM PINTO DE AZEVEDO = blogdejjpazevedo.com
O Brasileirão de 2016 é sem
dúvida um dos piores da era dos pontos corridos no quesito qualidade.
Paradoxalmente é o mais equilibrado, mas não temos nada a comemorar,
desde que é um produto final da mediócridadade reinante.
O treinador Paulo Autuori, em uma entrevista ao
jornal Estado do Paraná, afirmou que o equilíbrio que vem acontecendo,
fica por conta de um campeonato com competidores de médio para baixo.
Acertou na mosca, muito embora a
imprensa ufanista não reconheça o fato, por falta de visão, na maioria
dos casos por não ter o direito de falar, para não ferir os interesses
de suas empresas.
Postamos vários artigos sobre o
tema, mostrando que assistir um jogo de futebol no Brasil é como pagar
uma penitência, pelo que esse apresenta em diversos quesitos. Além da
falta de bons jogadores, de boas formações táticas, os narradores e
comentaristas não ajudam, desde que para esses tudo corre as mil
maravilhas. Não ouvimos nenhuma análise crítica.
A baixa eficiência cria um grau
de dificuldade, e os jogos passam a ser decisivos, sem espaços para a
recuperação. ¨O baixo nível do Brasileirão, vem mantendo o meu time no
topo, mesmo com a péssima campanha como visitante¨, declarou o
treinador.
Uma análise bem real, desde que
se o Campeonato tivesse um nível maior de competitividade, numa linha
do meio para cima, jamais o Atlético-PR estaria nessa situação com a
campanha que tem quando joga fora de casa, com apenas 14,58% de
aproveitamento, com 2 vitórias, 1 empate e 13 derrotas.
Trata-se de um desafio a
matemática, desde que a sua sustentação vem dos jogos na sua Arena com o
gramado sintético, com 14 vitórias, 2 empates e 1 derrota, com 86,27%
de aproveitamento.
O rubro-negro do Paraná é o
maior exemplo do péssimo momento do futebol nacional, que por sua vez é o
retrato de sua gestão, refletindo em todos os segmentos, inclusive
matando a arbitragem nacional, que está sendo criminalizada por seus
constantes erros.
Os jogos de baixo nível são muitos, inclusive entre as equipes que lutam para ficar no topo maior. No
G4 a gangorra é menor, mas nas demais colocações é um sobe e desce
constante, dificultando as análises das suas probabilidades.
Basta uma vitória de um, e uma
derrota de outro, a tabela é modificada por conta da aproximação dos
disputantes. Isso se dá tanto na parte de cima, como na debaixo, e com
exceção de Santa Cruz e América-MG, vários clubes que lutam contra a
degola participam dessa gangorra.
Numa rodada se distanciam, na outra voltam a zona do perigo.
Os ufanistas analisam de outra
forma, inclusive citando o equilíbrio existente, e sobretudo que os
públicos dos jogos vem melhorando. São análises grotescas.
Trata-se de uma¨Ode a Mediocridade¨. Na
realidade isso só vem acontecendo por conta da luta contra o
rebaixamento e de algumas promoções que trouxeram de volta os torcedores
aos estádios.
Considerar que o Brasileirão
por seu equilíbrio é positivo, é sem dúvidas um grande erro, desde que
não se pode festejar o medíocre, o que aliás tornou-se uma rotina em
nossa sociedade após tantos anos de governos populistas.
O futebol que faz parte do
contexto também foi absorvido pelo que tem de ruim no sistema,
acomodou-se com o que acontece nos gramados e fora desses, e não
consegue reagir para muda-lo.
Como o Brasil, o futebol
precisa de uma refundação, o que certamente não irá acontecer com os
atuais gestores, tanto do país, como desse esporte.
Lamentável.
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Artigos
OS "BANANAS"
postado em 28 de outubro de 2016
José Joaquim Pinto de Azevedo blogdejjpazevedo.com
Um dos maiores clássicos do
cinema mundial atende pelo nome de ¨Bananas¨, filme assinado por Woody
Allen, e que mostra de forma satírica os comportamentos dos regimes
autoritários da América Latina.
Uma das suas melhores cenas
acontece quando um ditador baixa uma decreto que todos os homens troquem
de cueca três vezes por dia, e para saber se estavam cumprindo a lei,
essa passaria a ser usada por cima da calça.
O futebol brasileiro tem sido um celeiro importante dos ¨Bananas¨, através do comportamento de seus torcedores. Já
não basta a violência dentro e fora dos estádios, as novas arenas que
seriam o ponto de partida para um novo futebol no país, tem se
transformado em palco de tudo que não poderia acontecer, ou seja a
continuidade do errado.
Na Copa do Mundo fomos a Arena
Pernambuco, e ficamos entusiasmados com o cenário. Um local de jogo de
alta qualidade, todos os torcedores sentados, e saímos convictos que
esses espaços pelo Brasil afora iriam dar uma nova dimensão ao esporte,
pelo conforto e segurança que os torcedores teriam para acompanhamento
dos jogos.
Há pouco estivemos no Mineirão
assistindo um jogo do Cruzeiro, outro local espetacular, mas nos bateu a
decepção quando vimos a continuidade por parte dos torcedores de
procedimentos anteriores. Na verdade, esquecemos que em nosso meio
existem ainda muitos ¨Bananas¨. Continuamos na era neandertal.
Tínhamos a esperança de que os
assentos numerados fossem modificar o comportamento do torcedor, embora
achássemos que todos os estádios deveriam ter um setor sem cadeiras,
para agregar consumidores das antigas gerais, como acontece com sucesso
no futebol alemão, no seu torneio Nacional.
O Mineirão não estava lotado, com cadeiras disponíveis, mas, os¨Bananas¨ insistiam no antigo modelo de pé, prejudicando a visibilidade dos que estavam sentados. Muitas reclamações e ameaças de violência.
Fomos iludidos, muito embora o
dia a dia nos mostra o país em que vivemos, com as cidades degradadas,
onde o lixo é jogado nas ruas, sem o menor respeito ao meio ambiente, e
isso reflete no comportamento nos novos estádios de futebol.
O Maracanã reabriu as suas
portas no último domingo, com um público fantástico, e as cenas de
violência que assistimos, mostra a realidade, através da atuação dos
¨Bananas¨, principalmente em alguns setores. Não respeitam a numeração dos ingressos, sentam em qualquer lugar, sem tomarem conhecimento dos direitos de terceiros.
O mais grave se dá em um campo
lotado. Aqueles que não conseguem os seus assentos, passam a assistir
ao jogo na frente das cadeiras, promovendo um efeito cascata, quando os
prejudicados se levantam, e no final temos os mesmos procedimentos que
aconteciam nos estádios antigos. Todos de pé.
Não conseguimos entender um
cidadão que recebe um equipamento esportivo de melhor qualidade para o
seu lazer e o despreza. Trata-se de uma regressão aos tempos antigos,
com o futebol de pé, e de sanitários sujos nos estádios.
Os anos passam e os ¨Bananas¨
não aprendem o que é civilização, e infelizmente isso prejudica os que
são educados e que vão aos estádios na busca do lazer.
As organizadas de um lado, e os ¨Bananas¨do outro, estão destruindo o futebol brasileiro.
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Brasileiro Série A
Para repetir a melhor sequência
postado em 28 de outubro de 2016
CLAUDEMIR GOMES
O peso da magra vitória do
Sport sobre a Ponte Preta = 1x0 = é imensurável, e fico com a pureza da
resposta de Rithecly, ao ser indagado sobre o jogo, e o nível do futebol
apresentado: "Nesta reta final do campeonato o que está importando é o
resultado. Precisávamos da vitória. Se ela foi produto de um bom futebol, pouco
importa. Sabemos que não produzimos o melhor que podemos", enfatizou o
volante leonino. Verdade. O confronto foi parelho, fato que deixou a torcida
tensa até o apito final do árbitro. A reação dos jogadores em campo, se
abraçando como se tivessem levantado um título, erguendo as mãos para o céu em
agradecimento, retratam a tensão com a qual foram a campo.
Atingir a marca dos 40
pontos foi um passo decisivo em busca da meta nesta reta final da competição
que é ultrapassar o ponto de corte: 45 pontos. Até lá o Sport sempre irá a
campo pressionado pelo resultado. A missão não é fácil e os jogadores
destacaram a participação da torcida que compareceu em bom número, a exemplo do
que ocorreu na partida com o Vitória. A matemática é simples: o Leão precisa de
duas vitórias, cuja probabilidade de alcançar é maior nos confrontos que terá
na Ilha do Retiro com Cruzeiro e Figueirense. E pelo visto, a torcida está
pronta e inflamada para ser o ponto de desequilíbrio, como já ocorreu em
inúmeras situações decisivas na história do clube.
Se fosse tomar por base o
nível do futebol apresentado o torcedor rubro=negro não tem muito para
alimentar seu otimismo em relação aos cinco jogos que restam, dos quais três
serão na casa dos adversários. Contudo, vale apostar no espírito de superação
que o grupo vem apresentando, e na intensidade de como estão jogando. Para os
que gostam de se apegar a prognósticos, vale lembrar que, a melhor sequência do
Sport nesta edição da Série A foi quando mediu forças com os cinco clubes que
irá enfrentar até o final do campeonato: Grêmio, Cruzeiro, Atlético/PR, América/MG
e Figueirense. Nessa ordem, no primeiro turno, o Leão contabilizou três
vitórias e dois empates, sequência que lhe resgatou da zona de queda, e
provavelmente lhe livrará do rebaixamento.
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Artigos
É preciso ir além da exposição
postado em 26 de outubro de 2016
ERICH BETING - Máquina do Esporte
A utilização do esporte como plataforma para alavancar negócios deve
ser, nos próximos anos, a tábua de apoio para a transformação da
indústria do esporte no país no cenário após a realização dos nossos
megaeventos.
Copa do Mundo e Jogos Olímpicos vieram ensinar, a um mercado muito
carente de boas opções de entretenimento, o valor que o esporte, quando
bem trabalhado, pode ter às marcas.
O mercado brasileiro ainda engatinha no marketing esportivo, mas já
se reconhece que o esporte pode oferecer muito mais do que a exposição
da marca para os seus patrocinadores.
É claro que exposição é importante e é o dado que mais bem justifica
um investimento vultuoso no esporte. Mas só ela não é mais suficiente.
Hoje, quando visto apenas sob a ótica do retorno de mídia, o futebol é
plataforma ineficiente às grandes empresas e muito custosa para as
pequenas e médias. Isso leva ao hiato de investimento que atravessamos
hoje, especialmente das empresas privadas.
O aprendizado que precisa acontecer não acomete apenas o esporte. As
marcas precisam justificar seus altos investimentos em patrocínio
esportivo. E isso passa, necessariamente, por entender que o patrocínio,
em si, é parte de um processo maior de uma plataforma de comunicação de
marca.
A conexão entre torcedores e clubes é o elo mais forte da indústria
que só tende a crescer, mas que ainda não sabe olhar muito além da
exposição. O próximo passo terá de ser dado.
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