CLAUDEMIR GOMES
Muito boa a sacada do
Departamento de Marketing do Náutico. Num momento em que as atenções dos
brasileiros convergem para os Jogos Olímpicos que serão disputados no Rio de
Janeiro, o time alvirrubro entra em campo, hoje a noite, para enfrentar o
Tupi/MG, em jogo válido pela 18ª rodada do Brasileiro da Série B, com o nome da
pentatleta Yane Marques estampado na camisa dos jogadores. A homenagem tem como
objetivo estimular os pernambucanos a votarem na pernambucana para que ela seja
eleita porta-bandeira da delegação brasileira no desfile de abertura do Rio 16.
O jornalista, José Gustavo, com quem apresentamos o programa, Panorama Esportivo, de segunda a sexta-feira, às 17h, na Rádio Globo - 720AM - costuma usar a expressão "tá na conta". Ontem, ao se referir ao compromisso do Náutico com o time mineiro, ele foi taxativo: "Este jogo tá na conta do time de Galo e não se pode pensar diferente". Para fazer o contraponto, o plantonista, Luiz Felipe, revelou um sentimento bastante pessimista: "Estou com um pressentimento muito ruim em relação a este jogo". Os dois comportamentos revelam o pragmatismo de um profissional que analisa a tabela e os números das campanhas dos clubes, e o sentimento de um torcedor que é movido pela paixão, fato que lhe leva a colocar chifres em cabeça de cavalo, ou seja, cria fantasmas.
O Náutico vem de uma vitória expressiva - 3x1 - sobre o Avaí, e medirá forças com o vice=lanterna. Joga na condição de mandante. Enfim, o cenário é mais que perfeito e conspira a favor dos alvirrubros que, ao confirmarem o favoritismo estarão dando um salto na tabela de classificação, fato que lhe fortalecerá para o último compromisso no primeiro turno do campeonato que será contra o Oeste. A vitória sobre o Avaí abriu possibilidades para o Náutico somar 9 pontos nos jogos finais do turno, soma esta que lhe aproximará da meta que é o acesso à Série A.
E que os jogadores alvirrubros não só coloquem o nome da Yane Marques em suas camisas mas, principalmente, incorporem o espírito da pentatleta e corram, saltem, tenham boa pontaria e nadem para não morrerem na praia mais uma vez.
CLAUDEMIR
GOMES
Nesta quinta-feira o meia-atacante do Sport, Everton Felipe, completa 19 anos, com muitos motivos para comemorações. Afinal, apesar da pouca idade, o jovem limoeirense se tornou protagonista no time rubro-negro que disputa o Brasileiro da Série A. A evolução apresentada por Everton durante a competição tem levado algumas pessoas a se arvorarem como "descobridores" daquele que pode vir a ser uma das maiores revelações do Sport nos últimos anos.
Em conversa com o jornalista, Amaury Veloso, com quem trabalhei por mais de vinte anos no Diário de Pernambuco, tomei conhecimento da real trajetória de Felipe, do sonho em se tornar um jogador profissional, até alcançar o brilho que ostenta no momento. O técnico, Fernando Lasálvia, trabalha nas divisões de base do Clube Náutico Capibaribe quando tomou conhecimento do talento do garoto, a época com 15 anos. Everton Felipe foi recrutado para os Aflitos, mas logo retornou para Limoeiro, sua terra natal. Um ano depois, Lasálvia foi trabalhar no Sport. Certo dia, falou sobre o jogador e, de imediato, recebeu a ordem para ir buscar o craque.
A primeira oportunidade que Everton Felipe teve de jogar no time profissional foi dada pelo técnico Geninho. Ninguém na Ilha do Retiro tinha dúvidas sobre o potencial do jogador, mas Eduardo Baptista, que ocupou o cargo deixado por Geninho, considerou Everton Felipe muito imaturo, e sugeriu seu empréstimo ao Internacional, de Porto Alegre, clube ao qual o jogador ficou vinculado até o final do ano passado, com o passe estipulado em R$ 1.2 milhão.
No seu retorno ao Sport, Everton Felipe encontrou um novo comandante: Falcão. As chances começaram a acontecer em maior número, mas foi com a chegada de Oswaldo de Oliveira que o jovem virtuoso se afirmou na equipe onde hoje figura como titular. Ao receber uma atenção do novo técnico e seus assistentes, o meia-atacante leonino passou a exibir uma autoconfiança que foi fundamental para o processo de maturidade.
Segundo Amaury Veloso, esta é a verdadeira história do jovem revelado pelo Sport. Qualquer outra versão não condiz com a realidade.
CLAUDEMIR GOMES
A
que devemos atribuir a vitória do Sport - 2x1 - sobre o Cruzeiro,
neste domingo, no Mineirão: a objetividade do ataque, ou a atuação
espetacular do goleiro Magrão? As duas coisas. O ataque foi letal. A
primeira finalização a gol, por parte dos leoninos, aconteceu aos
31 minutos, depois de uma jogada bem construída por Diego Souza que,
num passe magistral, deixou Rogério de cara pro gol. O atacante foi
cirúrgico ao tocar sem chance de defesa para o goleiro Fábio que
comemorava a marca histórica de 700 jogos com a camisa do time
mineiro. No segundo tempo, logo aos 5 minutos, Everton Felipe
individualizou uma jogada, escreveu seu nome no Mineirão, e serviu
de bandeja para Rogério marcar o segundo gol rubro-negro.
Se por um lado a eficiência do ataque funcionou como ponto de desequilíbrio, por outro lado Magrão mostrou porque é um dos melhores goleiros, em atividade, no momento, no futebol brasileiro. Qualquer seguidor, ou simpatizante do candomblé afirmaria que o goleiro leonino estava com o corpo fechado. Verdade. O time do Cruzeiro iniciou a partida com uma intensidade impressionante, e seus atacantes desperdiçaram um número exagerado de chances criadas. O "Paredão", como o goleiro é tratado carinhosamente pelos torcedores do Sport, também foi bafejado pela sorte em alguns momentos, entretanto, o que deixou a todos os presentes no estádio boquiabertos foram as defesas espetaculares, algumas, milagrosas até.
Como time vencedor começa com um bom goleiro e termina com um ataque eficiente, a torcida do Sport começa a apostar na possibilidade de o Sport vir a construir uma sequência de cinco vitórias. Para alcançar tal façanha basta contabilizar os pontos que irá disputar nos três jogos restantes do primeiro turno da Série A, respectivamente, contra Atlético/PR, América/MG e Figueirense, sendo os dois primeiros na condição de mandante, na Ilha do Retiro. Uma missão que não chega a ser impossível. Caso consiga, este será o melhor momento do Sport no campeonato. A vitória sobre o Cruzeiro lhe levou a dar um salto na tabela de classificação, passando a ocupar a 14ª posição, a melhor que o Leão conseguiu ocupar até o momento.
Por ROBERTO VIEIRA
Quem viu milagres deste moço como eu/nós pernambucanos.
Sabe que é uma injustiça sua ausência da seleção.
Uma vez que fosse pelo menos uma vez.
Ele merecia vestir nossa número 1.
Infinitamente melhor que Allison, Jefferson.
Sem nenhum demérito para estes rapazes.
Todos bons moços.
Bons filhos e bons maridos.
Mas todos homens de carne e osso.
Porque esse Magro da foto é de outro planeta.
CLAUDEMIR GOMES
O
estudo da tabela numa competição de longa duração é
imprescindível. O Náutico vinha de uma sequência de três
derrotas, onde sua defesa foi vazada dez vezes e seu ataque marcou
três gols, mas a tabela nos mostrava a possibilidade de uma reação
positiva na reta final do primeiro turno do Brasileiro da Série B,
onde a chance do alvirrubro somar nove pontos era real. O primeiro
passo foi dado com uma vitória convincente sobre o Avaí - 3x1 -
resultado que aumenta o favoritismo do time comandado por Alexandre
Galo para o confronto com o Tupi, vice-lanterna da competição.
Toda sequência positiva é imperativa. Caso o Náutico some seis pontos nos dois jogos restantes no primeiro turno, contra Tupi e Oeste, respectivamente, dará um salto na tabela de classificação, fato que impõe respeito aos adversários. Quando um time passa a ser respeitado, a busca pela regularidade se torna mais fácil. A evolução e a regularidade são as metas de todos os clubes que disputam a Série B no returno do campeonato que começa em meados de agosto.
Uma série de fatores contribuiu para a instabilidade do Náutico no primeiro turno da Série A. Os alvirrubros oscilaram bastante, e como consequência transitaram em vários pontos da tabela de classificação, saído da zona de acesso, e chegando a parte de baixo, posição que não condiz com um clube que tem aspiração de ascender à Série A. Dentre as muitas dificuldades que o técnico Alexandre Galo teve que administrar, o grande número de jogadores que baixaram no departamento médico.
Por razões óbvias, o nível de competitividade é mais elevado no returno do Campeonato Brasileiro, mas todos no Náutico estão com bons sentimentos em relação ao desempenho do time na fase final da competição. Otimismo que deve ser alimentado com os seis pontos a serem adicionados nos dois jogos que vêem a seguir.