JOSÉ JOAQUIM PINTO DE AZEVEDO - blogdejj.esporteblog.com.br
O Consultor de gestão e marketing esportivo Amir
Somoggi fez uma boa análise do balanço do Circo Brasileiro do Futebol, referente
ao exercício de 2013, e nos mostrou que a Copa do Mundo foi um bom negócio para
essa entidade.
Na verdade, Somoggi foi bem conservador, visto que os números apresentados representam um ¨negoção¨, e enquadram o Circo como um daqueles ungidos que participarão do legado financeiro da Copa.
Verificamos que desde o ano de 2007, quando a FIFA anunciou que o Brasil iria sediar o torneio mundial, o Circo acumulou um faturamento de R$ 452 milhões, e lucro de R$ 383 milhões.
O carro-chefe dessa montanha de recursos são os patrocinadores. O balanço apresentado mostra o recebimento de R$ 278 milhões dos parceiros: um aumento de 328% em relação a R$ 65 milhões de sete anos atrás.
São 14 empresas que utilizam as suas marcas na camisa da seleção, ou em locais privados determinados pela CBF. A estratégia que foi montada neste ano da Copa é que o volume de patrocínios chegue a R$ 320 milhões, o que representará o dobro alcançado na Copa da África do Sul.
Outra receita que teve um aumento expressivo, por conta da Copa, foi a proveniente dos direitos de transmissão, que cresceram 950% desde o ano de 2007, atingindo a marca de R$ 113 milhões no exercício de 2013.
Nada que se possa contestar. O Circo tem sido competente no seu marketing, enquanto os clubes do futebol brasileiro agonizam em débitos, e se não fosse a Caixa Econômica não teriam patrocinadores, desde que a entidade maior levou para sí aqueles que poderiam estar investindo nesses.
Trata-se de um sistema que funciona de cabeça para baixo, quando os grandes recursos ficam com uma entidade que não tem as folhas salariais dos clubes, enquanto esses vivem um processo de recessão, com atrasos salariais, sem contratações de peso, quando deveria ser o contrário, posto que a base da pirâmide é aquele que faz o futebol, e não os que o dirigem.
Trata-se de um planejamento às avessas, e mostra que algo está errado no sistema implantado.
Na Europa as seleções são exclusivamente para o consumo internacional, e os clubes é que formam um contexto de expressão.
Internamente fala-se muito mais de Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid, Bayern de Munique, Borussia Dortmund, Manchester United, Chelsea, Mancheste City, Liverpool, Ajax, PSG, entre outros, de que qualquer uma das seleções dos países que as sediam, enquanto no Brasil os clubes minguaram tanto internamente como externamente.
Na verdade ficamos pequenos em relação aos grandes do mundo, enquanto a seleção da CBF é vendida a peso de ouro.
O Circo Brasileiro do Futebol enche as suas burras de ouro, enquanto os que são responsáveis pelo esporte assistem a tudo de forma tranquila, fingindo que tudo vai bem nessa Ilha da Fantasia.
A verdade é bem diferente, quando os recursos maiores do futebol brasileiro e, a sua projeção, ficam nas mãos de uma só entidade, que os torram nas prestações de serviços, além de outros segmentos que participam dessa festança.
O futebol brasileiro vive de cabeça para baixo, e apesar disso a omissão é tão grande que ninguém ficou tonto.