JOSÉ JOAQUIM PINTO DE AZEVEDO - blogdejj.esporteblog.com.br
O mais novo trabalho da Pluri Consultoria foi
divulgado no dia de ontem, e que será o primeiro de uma série analisando a saúde
financeira dos clubes brasileiros, começando pelo impacto das despesas
financeiras líquidas que corresponde a diferença entre as receitas e as despesas
financeiras de cada um.
Do lado das receitas financeiras, foram computados as aplicações financeiras, descontos recebidos, variação cambial ativa, recuperação de despesas, etc.
Entre os componentes das despesas financeiras estão os juros sobre empréstimos bancários e financiamentos, juros de mora, multas, despesas bancárias, encargos financeiros sobre impostos, IRRF sobre aplicações financeiras, IOF, descontos concedidos, variação cambial passiva, despesas com operação de cambio, etc.
Sobre o assunto temos postado vários artigos em que mostramos que se trata de uma despesa que asfixia os clubes e reduzem os seus ganhos, já que na maioria não gera receitas futuras.
A Consultoria analisou o Balanço de 25 clubes, e o Atlético-PR foi o único a apresentar receita financeira líquida de 20,2 milhões. Além dele, outros cinco mostraram números razoáveis: Atlético-GO, Vitória, Sport, Internacional e Avai, mesmo sendo negativos.
Por outro lado, o Flamengo apareceu em 1º lugar com a maior despesa financeira líquida, equivalente a 24% da receita bruta de R$ 212 milhões (R$ 51,8 milhões). Devemos ressaltar que o número tem caráter excepcional, desde que a sua nova diretoria optou por corrigir todos os passivos que não vinham sendo adequadamente registrados nos balanços anteriores.
O Botafogo aparece em segundo lugar com despesas equivalentes a 22,6% das receitas brutas, e o Fluminense surge na terceira, com despesas iguais a 18,5% das receitas brutas. Coincidentemente 3 clubes do futebol carioca.
A Pluri quando apresentou o quadro geral fez uma importante ressalva, e que concordamos inteiramente, e que está refletida no fato de muitos clubes não contabilizam adequadamente os seus passivos com as devidas correções, como acontecia no rubro-negro carioca, e assim sendo essas despesas são maiores do que a realidade apresentada nos balanços.
A continuidade do ranking se dá com a Portuguesa, que teve -16,0% na relação despesas financeiras/receita bruta. A seguir vem o Corinthians (-15,6%), Bahia (-14,1%), Palmeiras (-13,0%), Grêmio (-12,2%), Coritiba (-12,1%), Goiás (-11,0%), Atlético-MG (-10,7%), Figueirense (-9,5%), Cruzeiro (-8,5%), São Paulo (-7,8%) e Santos (-7,8%).
Os que apresentaram um quadro um pouco abaixo do razoável estão o Guarani (-7,8%), Ponte Preta (-6,6%), Náutico (-6,3%), Vasco (-5,9%).
Entre os razoáveis, estão o Avai (-3,7%), Internacional (-3,7%), Sport (-0,5%), Vitória (-0,3%), e Atlético-GO (-0,3%). O único positivo foi o Atlético-PR, com 9,5%.
No geral, tivemos uma receita bruta de R$ 3.248,2 MM, despesas financeiras de R$ -327,9 MM e um percentual médio de participação entre os dois segmentos de -10,1%.
Na verdade existem clubes que trabalham para pagar essas despesas, fato esse que reflete muito nas suas vidas financeiras.